segunda-feira, 31 de agosto de 2009

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Vôo

Noite.
Todas as luzes da pista de decolagem estão acesas.
Na bagagem?
Apenas a identidade.
É tudo o que preciso pra recomeçar.
Daiane Guedes

terça-feira, 11 de agosto de 2009

"O milagre é o filho predileto da fé".
Goethe

Speranza!

"Ouço o barulho da chuva lá fora.
É uma chuva fina e contínua.
Não há nada melhor do que esse cheiro de terra molhada, esse cheiro de esperança. Vejo sonhos sendo regados, vejo flores crescendo num caminho onde, antes, eu só via espinhos.
Nada é melhor do saber que a chuva vai varrer o que não é util ao terreno do futuro, ao mesmo tempo em que encharca de vida um solo antes putredinoso. Sinto a brisa bater no meu rosto e secar lágrimas, ganho um sorriso que nunca desvanece.
Vejo cores brotando de todas as direções, cores que nascem em meus olhos! Vejo o sol que nunca dorme".
Daiane Guedes

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Um lugar para amar

"Era segunda-feira, a primeira depois da morte de Ângelo. Seria o primeiro banho, o primeiro café o primeiro dia de trabalho sem a companhia dele. Ainda sinto falta de acordar e ver que ele estava de pé, ainda com o rosto marcado pelos lençóis.

Na próxima semana, completariamos um ano de casados, mas a fria e torturante guerra o levou para longe de mim. Quando recebi a carta emitida pelas Forças Armadas, não me contive e tentei me matar. Abri o chuveiro, deitei na banheira...

Estava com um longo vestido vermelho com que Ângelo havia me presenteado e deixei a água, fria, pouco a pouco, cobrir-me... Já não sentia mais vontade de viver! Seu rosto, cada vez mais embaçado pela água fria, parecia me perseguir. Pensei que, talvez, morrendo ele voltaria para mim. Mas fui covarde e não consegui. Levantei-me debulhada num choro ofegante e, toda molhada, joguei-me no sofá, mas não consegui sequer dormir.

Uma noite inteira de desepero se passou e o amor que eu sentia não morria junto com ele. Arrumei minhas coisas e saí de casa como se quisesse fugir das lembranças e do amor que eu guardava. Fui à praia, ao mercado, sentei-me À beira da Lagoa Rodrigo de Freitas, e nada!

Hoje, ainda não sei quem sou e quem amo. Só sei que vivo a me perguntar se dentro de mim ainda há lugar para amar..."
Daiane Guedes

Obs: Escrevi esse texto há três anos atrás e ontem o encontrei. Resolvi postar algumas coisas que estavam , literalmente, guardadas.