quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Por que o amor?

"O amor não foi feito para trocar ofensas, muito menos existe para se tornar instrumento de vingança.
O amor não serve para machucar alguém e muito menos para dar fim a esperança.
O amor não presta serviços ao ódio, não bate, não fere.
O amor não pode mascarar outros sentimentos, ele é puro, transparente e verdadeiro.
Então, se você quiser fazer quaisquer dessas coisas, use outro sentimento. Não use o amor. Ele é delicado demais e caro demais para ser usado com pouca coisa.
Em nome do amor, muitos são feridos, acabam com suas próprias vidas, choram e sofrem.
O amor não faz ninguém sofrer. Se sofrer, não é amor.
Não insulte o amor confundindo-o com outros sentimentos.
Respeite o amor.
Queira o amor.
Prepare-se para o amor e, assim, o tenha!
O amor não é pra qualquer corpo. Para qualquer corpo, existem as paixões.
Para amar é preciso ter braços que envolvam e pés que caminhem juntos... pés que aguentem longas jornadas. Porque a jornada de amor é longa.
É preciso ter um corpo que sempre sinta frio, para que sempre seja lembrada a importância do outro: alguém que aquece.
É preciso ter olhos para conversar, porque se um dia a voz se for, serão eles o melhor meio de comunicação.
Esse é o corpo que o amor procura. Esse é o corpo que o amor quer habitar, não outro!
O corpo que ama é aquele que prefere ser sempre incompleto e que só ganha forma quando se encaixa no outro.
O corpo que ama de verdade é aquele que sabe que a melhor parte do seu corpo é aquela que concerne ao ser amado".

Daiane Guedes

domingo, 4 de dezembro de 2011

Conjugando o "verbo amizade"

Amigo é assim, é aquele que entende seu funcionamento e você entende o dele!
É aquele que ao invés de se matar com você, pensa em jeitos mais agradáveis de realizar as tarefas sem graças da vida! É aquele que perde tempo e ganha tempo com você. É aquele que se precisar dar uma volta ao mundo contigo pra que você possa entender que o seu lugar é aquele de onde você partiu, ele vai. Amigo é aquele que não te odeia porque você tem defeitos, mas que toda vez que um defeito seu o irrita, fala com o coração como você pode melhorar. Amigo é aquele que pode não estar todo tempo com você, mas, quando está, é completamente presente. Amigo é aquele que não pensa em cobranças, pelo contrário, exercita com você o desprendimento. Amigo é aquele que não quer saber se o que você vai falar é idiota ou não, ele quer te ouvir de qualquer maneira.
Amizade é amor que nasce na estrada, que nem sempre tem acostamento para parar e admirar as estrelas, mas te leva e vai com você pra qualquer lugar do mundo!
Daiane Guedes

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Tempo, vida, amizade

"Ando a observar algumas pessoas. Às vezes passamos a vida toda tentando ser amigo de um certo alguém, nos esforçamos, fazemos presença, lhe emprestamos o ombro, o ouvido, a mão... E, de repente, percebemos que carinho demais lhe é veneno. Tem gente que pra viver precisa ser magoado, gosta de quem lhe despreza, rotula quem lhe ama. Imediatamente, vem o sentimento de que perdemos muito tempo da vida por uma amizade sem força. Imediatamente percebemos que é o contrário, ganhamos tempo. À quem gosta de ser ferido, sempre existirão os que ferem. À quem gosta de ser amado, estão por aqui os que brindam o amor. Cada amigo com o seu espaço, cada grande amigo com a vida toda..."
Daiane Guedes

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Pequenas reflexões.

‎"Às vezes um só sonho é suficiente pra fazer rodar todas as engrenagens da vida. É com ele que acordamos e com ele que dormimos. Esperamos fielmente o cumprimento, guardamos ansiosamente a esperança de vê-lo chegar! De repente, ele tarda. E o que será de nós??? Frustrados ou pacientes? Longânimos ou resmungões?
O sonho não é só pra ser sonhado e sim, também, vivido. Em todos os níveis e intensidades. Um sonho nos ensina além de que é bom receber, ganhar. Um sonho nos ensina a esperar e essa é a sua maior virtude!"

Daiane Guedes

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Satisfação insatisfeita.

Quando seremos suficientemente bons?!
Se alguém fala demais é tagarela, ruim em guardar segredos.
Se alguém fala de menos, é tímido, não serve para lidar com pessoas.
Se alguém é baixo demais, não é capaz nem de trocar uma lâmpada.
Se alguém é alto demais se sobressai tanto que assusta os outros.
Se alguém ri muito, é uma pessoa que não leva nada a sério, nem ele mesmo.
Se alguém chora muito, está se fazendo de coitado.
Se alguém não ri, é antipático e não merece o seu sorriso.
Se alguém fala algo muito inteligente, está sendo pedante.
Se alguém faz um comentário bobo, não deveria nem ter entrado na conversa...
A questão está nesse alguém ou em nós? A questão está no quadro ou no olhar? Somos quão estranhos também? Em que momento eu ocupo o seu lugar e em que momento você ocupa o meu?
O olho que eu vejo, é o olho que me vê. O corpo que a minha palavra toca, devolve-me o toque. Não somos exteriores ao mundo, muito menos às pessoas.

Quando damos rótulos a alguém, inversamente, recebemos rótulos... Somos os chatos que vivem a colar post-its no outro.
Por que temos que ser suficientemente bons a alguém e por que alguém tem que ser suficientemente bom para nós???
Prefiro que você seja em mim o que não tenho, o que me desperta fúria e desejo, amor e insatisfação; prefiro que seja o paradoxo em minha vida que ser um simples fator que legitima minhas vontades mais banais. Deixa eu ser o que em você ainda não foi acordado.
Não quero mais azul no azul, quero o vermelho.
Vamos compor, como uma música em que, em cada tempo, entra um instrumento, sem ensaio, sem repetição, sem medo, sem pausa. Vamos jogar com o inesperado, sem a cobrança de ser o que não sou e sem o julgamento por ser o que sou. Vamos alternar, vamos alternar entre o eu e você. Até que no meio dessa dança eu não possa mais sentir o que sou eu, quem é você.

Daiane Guedes

sábado, 6 de agosto de 2011

Desabafo

"Fico me perguntando por quanto tempo quero me enganar. Mas que pergunta boba! Não ando me enganando, ando a enganar os outros.
Nasci no tempo da primavera e, pra minha, sorte colhi centenas de flores. Vi as imagens mais lindas. Tive os melhores encontros.
E o que vou fazer com isso?
Por enquanto, tenho sentado e me colocado a contar histórias.
Quem tem ouvidos para ouvir histórias???
Talvez os mesmos que tenham olhos para as tintas que ainda vou derramar.
Nasci pra escrever versos.
Mas será que algum dia alguém há de comprá-los para si?
Nasci para as coisas que não tem tempo, que não desgastam. Não sei o que é vender o que não presta, o que amanhã se desfaz, sei emprestar o que tenho, sei trocar o que faço e sei ouvir o que você me quiser contar.
Mas há nesse mundo lugar para o que é "pra sempre"???
Se houver, eu me empresto a esse encontro!
Lanço meu corpo nesse espaço, no "pra sempre" da vida, nos laços duradouros e não nos encontros fugazes. Quero contruir histórias, quero pactuar com a esperança e ver assim, meu corpo se estender ao máximo".

Daiane Guedes

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Olhos

Hoje tive um encontro muito especial, com alguém que realmente enxerga. Não com esses olhos, mas com a graça e a leveza de quem parece saber que a vida é sim uma obra de arte.
Tal encontro atualizou em mim a sensibilidade pelas coisas pequenas e me trouxe à lembrança um texto que escrevi em 2005 ainda no colégio. Coincidência ou não... rs.

Segue abaixo o texto intitulado de "Olhos"


"Quando eu era pequenina gostava de sentar-me no batente da janela e observar as borboletinhas que pousavam sobre os meus pés. Muitas vezes não comia, passava as tardes ali. Não conseguia tirar os olhos daquelas cores vibrantes. Não sei o que me encantava naqueles "animaizinhos", talvez fosse a sensação de liberdade que eles traziam.
Aos meus oitos anos, descobri que tinha uma doença rara e, aos doze, fiquei completamente cega. Quando isto aconteceu, pedi a minha mãe que me ajudasse a sentar novamente na janela. Já não enxergava aquelas cores, mas podia sentir e perceber que não eram os olhos humanos que me faziam vê-las, mas os olhos que eu tinha em meu coração.
Por muitas vezes chorei de saudade, i]uma saudade que se resumia no fato de não poder ver aquelas cores. Aprendi a conviver com limites que para mim não existiam e acabei entendendo que quem guarda as lembranças não é o físico e o natural, e sim o espiritual.
Tudo o que eu vivi ficou guardado em minha alma. E posso dizer que aquela sensação nunca me deixou".

Daiane Guedes

sábado, 12 de março de 2011

Renascer

Alguém sempre tem que ser o primeiro e sofrer as consequências cruas e nuas, sem armas ou proteção. Ninguém a ensinou a se proteger, ninguém lhe deu uma armadura medieval ou mesmo um EPI - equipamento de proteção individual.
O enxame de abelhas estava lá e a abelha que poderia levá-la a derradeira morte também. Morte lenta e dolorosa. Os zumbidos, as abelhas, o ferrão, a dor e o folêgo que lhe falta.
Como gritar? Como impedir que o zumbido ecoe em sua cabeça? Não tem jeito... ela tinha que ser a primeira. Ela precisava morrer para nascer outra, e resistente à abelhas. Infelizmente, resistente ao mel também... resistente à beleza!
Era a consequência do primeiro encontro com a dor. A repugnância. O evitar, o não falar, o não querer sentir. Não sentir nem a dor, nem a alegria de estar novamente viva.
Mas a vida é cheia de encontros e nem todos levam a dor. Ela custou a acreditar nisso.
Um dia, um drinque... uma gota de mel perdida no álcool. Um copo de vidro e o reflexo. O sabor se expandiu e o reflexo aumentou. Eram dois drinques agora e a gota de mel atravessando a mulher já protegida com suas armaduras. Era o doce despindo o amargo, era a armadura deixando-a nua, era o amor nascendo de novo.

Daiane Guedes