Eu lentamente me afogo e sinto meu corpo esfriar. Sou isso que paralisado desbota e perde a cor.
Sou comprida lágrima que nunca termina de correr o rosto.
Esse rosto é tão longo, tem tantas tristezas pra chorar.
Esse rosto é tão pequeno que não cabe um sorriso.
Esse rosto é tão frio, será que ainda estou vivo?
Esse rosto é tão cinza, tão endurecido. É mesmo um rosto ou é concreto?
Elevo minhas mãos ao rosto e nada sinto, é pesar demais pra minhas mãos segurarem.
Vento, por favor, carrega um pouquinho? Ele não quer carregar.
As mãos pesam a ponto de encostar no corpo que se enrosca, que abaixa, senta e abraça as pernas. É peso demais pra todo corpo aguentar.
Mundo, carrega um pouquinho? Ele não quer carregar.
O corpo tomba e o coração quase quieto tenta segurar o corpo. É muita dor para um coração sozinho aguentar.
Silêncio. Já não há mais vida...
Em seus braços, Deus me irá segurar.
Daiane Guedes
duma profundidade ímpar... gostei!
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